Excerto: ...Neste meio, de paz e de collaboracao sympathica, estalou a ordem impedindo o desembarque dos jesuitas expulsos de Lisboa. Si bem as noticias de Portugal tenham sido, nestes ultimos tempos, de uma nebulosidade extranha, e seja difficil conhecer a verdade entre tanta versao contradictoria, quiseram applicar a essa congregacao o conceito de moines ligueurs, que os echos repetiam em Franca no periodo de lucta das leis Waldeck-Rousseau e Combes. Mesmo si a accusacao procedesse alem-Atlantico, na vigencia de uma religiao de Estado, como generalisa-la e acceita-la no Brasil, com o regimen confissional separatista, com relacoes mutuas inteiramente outras? Jesuitas ha na America portuguesa desde os primeiros annos da fundacao da Ordem, e sem elles e inexplicavel nossa propria historia. Nunca impediram, e constantemente auxiliaram a marcha progressiva de nossa terra. E como olvidar tal passado, que nos poe em debito de gratidao para com a Companhia, a prbooko de ser um elemento de desordem, e ter uma politica obscurantista que nos levaria ao regresso social? Investiguemos o caso. Postos de lado exaggeros e inexactidoes creados sobre os jesuitas pelo desconhecimento de sua historia e pela hostilidade, nem sempre escrupulosa, de seus desaffectos, tem sua pedagogia, tem seus methodos de ensino, seu escopo na preparacao mental dos discipulos, que, ja agora, fornecem a base mais segura para julgar de sua valia na collaboracao prestada ao progresso de um pais. Nao fora a situacao social que atravessamos, de plena transicao entre um passado que se desfez e uma meta futura ainda desconhecida, e por certo a solucao do caso quedaria entregue ao livre debate, a concurrencia entre as doutrinas que aspiram reger a universalidade das consciencias. Problema essencialmente espiritual, ao Estado ficaria 33 vedado intervir no pleito. Em paises de opiniao publica forte, organisada, consciente, tal disputa e possivel, e nao se justifica...